A IRRELEVÂNCIA
Dos locais onde passo (e que têm tv por cabo, que são tão escassos como o meu orçamento...), das visitas aos jornais da net, chega-me a confirmação do que eu já sabia: Portugal tornou-se irrelevante. As notícias são de caca. Os políticos são de caquinha. Os grandes desígnios nacionais têm a dimensão de um monte de beatas na paragem do eléctrico (enfim... talvez um pouco menos, o exemplo peca por excesso). A nossa europeização trouxe-nos as estradas, as roupas decentes, a subida da escolarização e, claro, o sonho consumista. Mas levou tudo o que tínhamos de interessante. Ou quase tudo, se a comparação for com outros países da mesma Europa moribunda.
OUTRAS COISAS QUE SÃO O MESMO
No Alto Xingu os índios assistem aos jogos de futebol, via antena parabólica. As camisetas da selecção a substituir as pinturas antigas. Mais um esforço da civilização e integrarão o cortejo dos periféricos.
No Pantanal discute-se sobre a instalação de usinas de álcool, poluentes e que trarão consigo as ininterruptas filas de camiões. Em breve não haverá mais animais. Só campos vagamente arborizados ao lado de estradas cada vez mais desertas.
No Balneário Camboriú, Santa Catarina, os mesmos prédios que destruíram o Algarve. Com a diferença que aqui ainda estão a nascer à força toda. E nem esperança de pararem a sua reprodução monstruosa. Se o mar se retirar, ofendido, não estranhem.
Tenho de telefonar para uma das igrejas (dos milhares de...) que negoceiam directamente com Deus e pedir-lhes que perguntem ao Divino por que se dá Ele/a ao trabalho de fazer tudo isto devagar... Não seria melhor fazer aparecer um cilindro gigante que reduzisse a originalidade humana a pó? criar um piso de único de terra batida no Globo?
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